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sábado, 4 de junho de 2011

Pergunta (Preto) - Resposta (Azul): VERMIFUGAÇÃO



Saludos Don Rodrigo,


Mi nombre es Rodolfo Vargas leiton, soy Biologo y soy en fundador del Refugio Herpetologico de Costa Rica, desde hace 3 años hemos venido trabajando en programas de reproduccion de especies con poblaciones vulnerables en Costa Rica, 2 de las especies que tenemos con poblaciones reducidas son Lashesis stenophris y Lachesis melanocephala, en este momento tenemos pocos ejemplares en Cautiverio y estamos tratando de reproducirlos para liberacion de ejemplares en zonas protegidas. Como lo hemos hecho con otras especies de serpientes.

El año pasado nos llego una hembra adulta muy golpeada, y puso 16 huevos pero se murio al ponerlos, intentamos sacarlos y no tuvimos exito. Nos gustaria saber un poco mas de sus instalaciones para lograr hacer algo similar al exito reproductivo que ustedes tienen.
ademas nos gustaria saber que recomendaciones en cuanto a las desparacitaciones de los animales silvestres y en la forma en que se deben preparar para la reproduccion.

Espero nos puedan ayudar , cualquier comentario va ser muy valioso para nosotros.

Rodolfo Vargas

Rodolfo, 

A vermifugação dos animais é um dos principais pontos para qualquer tentativa de reprodução em cativeiro. A natureza só dá esta chance reprodutiva aos animais mais aptos. Os frageis que conseguem engravidar normalmente morrem durante ou logo após a gestação. Há pelo menos 6 tipos de parasitas que acometem Lachesis no ambiente natural tropical, e qualquer esquema de vermifugação deve visar eliminar estes 6 grupos: Strongiloides, Coccidia, Ascaris, Trichomonas, Cestodes, Pentastomideos, além das Amebas e Giardias 

Seguimos o CONSAGRADO esquema de Dallas (Boyer e cols.), que na decada de 80 foram os primeros a conseguir reprodução consistente do genero em cativeiro. Este esquema está explicado em detalhes na pagina 162 deste artigo:

http://www.lachesisbrasil.com.br/download/BulChicagoHerpSoc_Vol43Num10pp157-164%282008%29.pdf

Sou muito pessimista quanto ao futuro da Lachesis da Mata Atlantica, na costa leste brasileira, que enfrenta 93% de destruição de habitat. Sei que na Costa Rica a situação não é muito diferente. Trabalhos como os nossos podem fazer a diferença para o genero.

Se eu puder ajudar mais, por favor é só falar. Desculpe pelo Portugues, se não estiver claro podemos nos comunicar em Ingles.

ABAIXO UM RESUMO PRATICO


Atenciosamente,

Rodrigo



Ovos de porocephalus não infectam diretamente outras cobras que entram em contato com fezes contaminadas. È necessario um hospedeiro mamifero, onde as larvas se desenvolverão. Daí a necessidade de ou oferecer ratos congelados a 3 meses, e portanto livres de parasitas viaveis, ou em se oferecendo ratos vivos, meu caso, manter o bioterio sob controle com ivermectina de 6 em 6 meses: Imovec, 1 ml no bebedouro dos ratos com 100 ml de agua. Para as cobras, para quem tem dificuldade em dosar e obter as drogas citadas no artigo, recomendo que se vermifugue todos os adultos com 1/4 de comprimido de Canex Premium (com ivermectina, para cães até 10 Kg) à cada 6 meses, porque uma vez instalados no pulmão de Lachesis, estes bichos só saem vivos com remoção endoscópica. Se a vermifugação matá-los já instalados no pulmão, é provavel que ocorra uma pneumonite, que evoluirá para pneumonia e morte do animal. Com a palavra uma especialista, em comunicação pessoal: "O Porocephalus ainda é um grande problema em animais que não possuem traquéia pulmonar. Em animais com traquéia pulmonar (a maioria dos viperídeos e alguns colubrídeos) voce pode administrar vermífugos como  a ivermectina (não dê para colubrídeos) e fenbendazole.  O parasito morre e o animal consegue expulsá-lo para fora, sem ficar asfixiado. Dificilmente um animal com traquéia pulmonar vai reter este parasito morto no pulmão. Em animais sem traquéia pulmonar (boídeos e alguns colubrídeos), depois que o Porocephalus  morre pode ocorrer uma retenção no pulmão causando pneumonia ou o animal pode tentar expelir o parasito. Como o percurso do pulmão até a glote é grande, se existirem mais de um Porocephalus ou se o animal for pequeno (com um diâmetro da traquéia pequeno), pode ocorrer obstrução traqueal, a serpente vai apresentar dificuldade respiratória e vai acabar morrendo por asfixia. O mais correto a ser feito em animais que não tem traquéia pulmonar é realizar um exame radiológico para constatar a presença deste parasito e, posteriormente, fazer uma retirada cirúrgica ou retirada com auxílio de um endoscópio" (Dra. Kathleen Greco)



Necropsia no Nucleo Serra Grande: pulmão normal, sem congestão, apropriado para trocas gasosas sem esforço. Coração tambem de ótimo aspecto.

Necropsia no Nucleo Serra Grande: pulmão congesto, repleto de vermes adultos, que ao morrerem provocaram 'reação de corpo estranho' e pneumonite (inflamação pulmonar) seguida de pneumonia (infecção bacteriana no sitio da inflamação), levando o animal a insuficiencia respiratoria e morte. OU SEJA, não se pode esperar para vermifugar, se a cobra cheia de parasitas no pulmão receber anti parasitarios, morrerá. O segredo é rotina semestral na medicação: tanto todas as cobras quanto bioterio, o que impedirá em parte as infestações maciças, que são no fundo, incontrolaveis.

E CONCLUINDO, fico com o mais importante hemoparasita das cobras segundo Wosniak, o hepatozoon. Veiculado por algum artropode, pode acometer até 56% da serie vermelha do sangue do animal, provocando anemia. Há pelo menos três especies de hepatozoon infectando cobras no Brasil. Colhi e remeti sangue de Lachesis selvagens para o Dr. Reinaldo José Silva, da Parasitologia da UNESP de Botucatú. Achamos  hepatozoon no interior de algumas celulas, confira abaixo um 'tripanossominha' em volta do nucleo da célula no centro das imagens clicadas por Dr. Reinaldo. A evolução clinica dos animais tem sido benigna, ainda bem, pois eu não saberia como tratar mais este fator complicador para a fragilidade do genero.



CONTROLE PARASITARIO, é o grande desafio do CONFINAMENTO ÉTICO. Com as rotinas acima descritas, é possivel manter-se cativos, sem stress e em otimas condições fisicas, e portanto reproduzindo-se, animais de grande porte como Lachesis.

Para entender em 2 minutos como o NSG chegou a esse protocolo, em 10 anos, acesse a viagem fotografica abaixo:

http://www.lachesisbrasil.com.br/galeria_nsg_en.html



8 comentários:

  1. Interessantíssimo , parabéns!!
    Como vc se aprofundou na pesquisa de verminose e descobriu a solução simples .
    É muito boa a galeria de fotos comemorativa dos 10 anos do NSG e emocionante o comentário Love Story .
    Continue firme !!!
    Vc já é um vencedor !
    Não se abata , vai conseguir .
    Com grande admiração e respeito
    G . Couto

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  2. De novo obrigado por tudo Couto, e acredite, ler algo assim do nada, em dias de cão como hoje, é grande força para seguir adiante. Até a próxima quarta uma nova postagem esclarecerá do que estou falando ('dias de cão') sobre estas ultimas 72 hs. R

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  3. Não consegui abrir a " Love story"

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  4. veja por favor se agora vai, ultimo link do texto, na base, sem 'Love Story' na atualização, mas com as mesmas imagens

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  5. Olá Dr. Rodrigo.
    Tenho uma dúvida que surgiu no grupo em que administro, sobra vermifugamento.
    Há a necessidade de vermifugar colubrídeos cativos, sendo filhotes ou adultos, de forma preventiva, ou seja, sem que tenham apresentado em exames clínicos a presença de endoparasitas?

    Desde já, agradeço a atenção!
    Sou fã do seu trabalho!

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    Respostas
    1. não, se à cada seis meses voce é capaz de fazer exames de fezes confiaveis, tanto nas cobras quanto nos ratos que as alimentam, não vejo a necessidade da rotina empirica, onde cresce a possibilidade do desenvolvimento de resistencia aos farmacos; grato pela força, abraço

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  6. Bom dia a todos, tenho duas corn snake de 1 ano e outra de 7 meses, nunca vermífuguei, devo fazer? e o que dar?

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  7. grande experiência sobre vermifugacao

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