Avalie o vídeo abaixo, com poucos segundos. Um homem de experiencia prática na mata, e maior reconstrutor de florestas da Bahia, Ernst Goetsch, fala sobre a altura do bote das surucucus, o que ilustra bem o que tenho dito sobre elas: é muito músculo para pouca estrutura osteo-tendinosa. Essa força pode se voltar contra o próprio animal em determinadas situações.
Tenho batido na tecla. A longevidade de plantéis do gênero Lachesis é diretamente relacionada ao quanto os mantenedores evitam a imobilização de sua porção cervical.
Meu manejo, que também não recomendo porque exige grande experiencia prática, nasceu como contraponto ao manejo com laço, que os papas da academia, antagonistas desde sempre do NSG, preconizavam como regra.
Avalie nos primeiros minutos do vídeo abaixo o porque dos planteis zerados em Lachesis no Butantã, naqueles idos de 2001-2007, apesar das centenas e centenas de recebimentos ao longo de todo o século XX até os dias de hoje.
Confira, é vídeo pesado, demora um pouco para carregar:
http://www.lachesisbrasil.com.br/documentario.html
Matavam seus animais com o laço e o foco exclusivo 'no veneno', e partiam para cima do Núcleo Serra Grande, sem sucesso, para zerar o déficit. Não buscaram construir pontes e parcerias.
Além do uso do laço, no vídeo acima ocorre outro pecado capital no manejo do gênero: a lida em área com pouco espaço. Se no momento em que se fecha a caixa plástica para a pesagem do animal ele se safa em fuga incontrolável, como já vi ocorrer em Serra Grande dezenas de vezes, alcançando o interior de um recinto minimo e repleto de gente, as consequências seriam imprevisíveis.
Confira aqui no blog e nas publicações de Serra Grande, 'a questão do espaço':
http://lachesisbrasil.blogspot.com.br/2014/02/a-questao-do-espaco.html
http://www.lachesisbrasil.com.br/download/BulChicagoHerpSoc_Vol41Num4pp65-68%282006%29.pdf
Para sexagem e remoção de ectoparasitas, microchipagem e outros pequenos procedimentos pode-se conter o animal sem imobilizar a porção cervical. Não tínhamos ajudantes quando começamos, e em função da necessidade de executar procedimentos sozinho e sem imobilizar a região cervical do animal, criamos o Bushamp. Um aparelho barato, básico e fundamental à qualquer serviço que lide com o gênero.
Conheça o Bushamp aqui no blog:
http://lachesisbrasil.blogspot.com.br/2011/06/o-bushamp.html
Caso seja necessária a imobilização da porção cervical da surucucu, em procedimentos como extrações, alimentação forçada, e vermifugação, a técnica de contenção manual também tem especificidades, e ninguém melhor que Mestre Abade para ensinar. Confira com meu Professor como se evitar o 'giro da morte'.
Aqueles que contam com anestésicos para a lida, também terão a longevidade de seus plantéis comprometida, e assim, pensando no melhor interesse do animal, é prudente que se dominem as técnicas supra citadas, e também o 'manejo móvel', que é quando conduzimos as surucucus de um recinto a outro, sem tocar a porção cervical. É o sereno manejo livre de Abade, abaixo, num registro meu de 2006.
Se não observadas estas advertências quanto à fragilidade da porção cervical de Lachesis, mais cedo ou mais tarde o tratador enfrentará as consequências de seus atos sob a forma de lesões incapacitantes ou fatais, nem sempre muito claras aos pouco experientes.
Observe abaixo que essa surucucu 'arqueia-se' sobre o pote d'agua, e não é assim que as serpentes ingerem liquido ...
Observe também, abaixo, o giro da cabeça em relação à porção cervical, e a falsa posição de repouso, na verdade uma incapacitação aguda de se manter o tônus muscular.
E também ondulações atípicas nos primeiros 20 cm após a cabeça e ao longo da coluna cervical, no ponto onde foi encaixado o laço nesse animal claramente amazônico, com arabesco de cabeça muito menos demarcado que aquele dos animais da costa leste.
Lachesis saudáveis se 'encolhem' de forma tipica quando expostas á luz na abertura da caixa, ou ao sentir a proximidade da fonte térmica. Confira abaixo a posição natural de alerta, que o animal acima é incapaz de assumir.
Ainda assim existe esperança de recuperação. Lesão medular completa, como as que ocorrem às centenas nestes resgates amazônicos, quando do alagamento de barragens e onde laço é norma, produz morte em 24-48 horas. O animal das fotos superou este período critico.
Lesões cervicais subtotais, aparentemente o caso retratado, podem responder ao tempo, deixando-se o animal calmo em ambiente espaçoso e sombreado, para que a própria movimentação atue como fisioterapia.
A partir da terceira semana do acidente, quando eventuais lesões ósseas já tenham se consolidado, pode-se iniciar a oferta de ratos abatidos, e avaliar se será ou não o caso de alimentação forçada.
O animal das fotos está no seu plantel para recuperação?
ResponderExcluirSe é um animal com características da floresta amazônica, está com algum pesquisador de lá ou foi salva das obras de hidrelétricas pelo exército?
Diferenças entre os animais da região se vê pelo formato da cabeça??
Curioso por aqui
O animal em questão encontra-se no norte do Pará, e os registros foram feitos por leitor do blog que tentou a captura para evitar abate. Ele pede para não ser identificado. Escreveu pedindo ajuda ao notar que o animal não levanta a cabeça como deveria. E sim, o arabesco de cabeça dos animais da margem norte do Rio Amazonas é totalmente diferente daquele das surucucus da costa leste, este bem mais demarcado. E me lembrei de que teve gente que conseguiu ver o vídeo após 2 minutos 'carregando'. Tenta aí e me fala por favor. Abraço, R
ExcluirNão consegui abrir o documentario, seria lentidão no provedor ?
ResponderExcluirTem um outro endereço com a mesma postagem ?
Não sei, em IPhone nunca abre, tente colar o endereço em sua barra de navegação num PC, porque vale a pena. Testo o link e abre normal:
ResponderExcluirhttp://www.lachesisbrasil.com.br/documentario.html e por favor informe se o problema persistir. R
Estou gostando muito da sua série : 'Sobre ....'todas as coisas.
ResponderExcluirSobre a lida, Sobre a relatividade,...
Minha internet está uma benção, mas consegui abrir sim. Quem não conseguiu deve ser falta de algum plug in, como adobe flash, ou algo assim
ResponderExcluirBom pra você
ResponderExcluirPois eu tô puto.
Puto com o IPhone, com o provedor, puto com o plug in/on/off, puto com o Adobe, puto com o governo , com a Dilma, puto com o PT, puto com os juros do cheque especial, do cartão de crédito .PUTO
Também estou putaço, e se não estivesse em plantão ininterrupto por 48 hs, até segunda feira, tentaria colocar o documentário no youtube pra você agora. Da semana que entra não escapa. R
ResponderExcluirOlá , você tem um contato com o Sr Ernest Goestch , email, tel?
ResponderExcluirAbç ,
Gustavo Magalhães
A pronúncia correta é láchesis ou Lachesis?!
ResponderExcluirSe falamos de umas das Moiras, Lachesis, deusa grega do destino, aquela que tem em mãos o fio com o comprimento ou tempo de duração de sua vida, LÁchesis; como referencia ao genero vigoram as duas pronuncias. Mestre Abade falava LÁchesis, então, pessoalmente sigo sua linha.
ResponderExcluirOi Gustavo, o Ernst é 100 mais vezes bicho do mato do que eu e não é acessível diretamente por celular, email e etc.As opções de contato são um facebook tocado por familiares https://www.facebook.com/agendagotsch ou o Instituto TOCA. Na postagem CAÁ-ETÉ aqui no blog, tem muita coisa sobre ele, confira. Grato pela visita. Abraço. R
ResponderExcluirE afinal , o que aconteceu com a Lachesis do Pará? Teve notícias , se recuperou ?
ResponderExcluirEu abri o documentário na web, o PT está ferradaço , o governo em escombros e vejo luz no fim do tunel
soube há 30 dias que morreu, em mão experientes; não se mobiliza a porção cervical de lachesis sem muito conhecimento de causa; e quanto ao PT, ja deu, é ele, ou o que sobrou do Brasil, e essa virada depende das ruas no dia 13/03
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