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domingo, 19 de junho de 2016

Vale das Panelas



'Rezei por vocês a noite toda'

Foram as primeiras palavras de Padre Lauro, quando nos encontramos hoje pela manhã.

Reza forte. Deu certo.




A travessia do Vale das Panelas é considerada a mais difícil do Santuário do Caraça, e a preocupação do amigo procedia. Quando a noite caiu, e as temperaturas atingiram os 4° C nos picos, foram tentados diversos contatos por radio conosco, sem sucesso.

A lua ia alta atrás do Pico do Sol, quando finalmente atingimos sua base, no caminho de volta.




O trabalho em maquete do Padre Stanislão Adamczyk (1919-1995), cita e ilustra cada canto do Caraça, mas não menciona o Vale da Panelas. Mas essa travessia está lá. As curvas de nível da maquete são fiéis e dão a exata noção das dificuldades de acesso (e saída) daquele local.

Na imagem abaixo um detalhe da maquete - uma das jóias do Museu do Santuário - onde 'O Vale' fica bem nítido. Observe a linha verde nascendo da marcação '35' ou 'Pico do Sol', abaixo dela um curso de água azul entre escarpas íngremes. É lá.




Foram doze horas e meia de esforço físico e mental para concluir o trajeto exposto no vídeo abaixo, de poucos segundos.




No Vale pisamos território Pré-Cambriano - 3 bilhões e setecentos milhões de anos - e que um dia foi mar. Os estratos sedimentares estão todos lá, como testemunha. Na vigência de 'convulsões telúricas' afloram-se veios minerais na rocha. Os mais nobres e resistentes destes minerais - os diamantes - depositam-se no fundo do vale, e em movimentação continua nas corredeiras escavam a rocha, formando as 'Panelas'.

Abaixo e nessa ordem, visão dos estratos sedimentares, de um veio mineral aflorado, e 'panelas' típicas.







Uma das complicações da travessia do 'Vale da Panelas' é sua configuração labiríntica. Quem entra vê ao fundo a Serra da Piedade, quem sai, e fez a volta completa por trás do Pico do Sol, vê ao fundo o 'Cone do Picolé', de Catas Altas. Abaixo estas duas visões.





Não há uma trilha a seguir, essa é outra dificuldade adicional. Rompe-se mato no peito o tempo todo, e o leito do riacho, atingido com muita dificuldade (vide paredões), não é convidativo. Neneco ilustra a situação em dois tempos, abaixo.







'Nunca mais' foi o que pensei ao pisar o plano. Uma noite de sono depois já havia mudado de ideia. Tem algo ali muito maior do que eu.









http://lachesisbrasil.blogspot.com.br/2011/11/os-sete-picos-do-caraca.html

5 comentários:

  1. imagens belíssimas !
    Corajosos vcs !! 4 graus , 12 horas de caminhada , paredões...
    BRAVO!

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  2. Que isso , hein , Doc ?!
    Parabéns .

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  3. Nusss , imensidão de montanhas .
    O " mar de Minas"
    Cara, nunca encarei essa caminhada.OSSO DEMAIS .admiro a fibra de vcs Sangue nos olhos .

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  4. Azuis, verdes ,cinzas...em vários tons, linda Santa linda , Cone do picolé , frestas cabulosas, abrindo trilhas no peito e na raça, sombra nas panelas...

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  5. PAIXAO é o que costuma ser maior do que a gente

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