Regina Mertens, esposa brasileira do Dean (Ripa), publica seu relato do ultimo acidente laquetico - gravíssimo - envolvendo o marido, confira:
http://capefearserpentarium.com/Interview.pdf
Leia tambem:
http://lachesisbrasil.blogspot.com/2011/01/os-essenciais-4-dean-ripa.html
Postagem em destaque
INDICE AO BLOG NSG E À BIBLIOTECA VIRTUAL LACHESISBRASIL BASEADO EM BUSCAS ESPECÍFICAS
OBSERVE POR FAVOR QUE A MAIORIA DOS LINKS SÃO AUTO EXPLICATIVOS, E CONTÉM INDICAÇÃO DE CONTEÚDO ANTES MESMO DE SUA ABERTURA: 1) SOBRE ...
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Retirada de ovos da fêmea, ou do casal
O leitor do blog Gustavo pegunta sobre o porque da necessidade de se retirar os ovos da fêmea, e se isso não é perigoso.
Retiro os ovos da fêmea porque não tenho como oferecer aos ovos a segurança que uma verdadeira galeria de paca ou tatu ofereceria. Estas galerias são sítios naturais da postura. A fêmea passa meses escavando, alargando o que o mateiro chama de 'panela', que é o local onde ela permanecerá enrodilhada sobre os ovos. E sim, a rugosidade em Lachesis tem função escavatória, também. Para facilitar, crio uma 'panela' para ela no final do túnel. Essa 'panela' tem uma tampa, que removo para avaliar os animais, e retirar ovos. Mas pode ocorrer a postura de ovos no corredor, e aí a dificuldade (e perigo) é grande. Na primeira foto do link abaixo uma 'panela' com tampa levantada e ovos:
http://www.lachesisbrasil.com.br/download/BulChicagoHerpSoc_Vol42Num3pp41-43%282007%29.pdf
Meu método de incubação é ditado pela Mata Atlântica Os ovos ficam na floresta, que determina temperatura e umidade. Repare nas fotos abaixo que logo que tenho um conjunto de ovos formado, selo o recipiente contra ataque de moscas. Se expostos, os ovos não emplacam 5 dias. Nas profundas galerias isso não ocorre: insetos não voam para o escuro.
A fêmea permanece com ovos para protegê-los de pisaduras de paca e tatu alem de investidas de teiús. Em todas as reproduções do NSG, o macho também permaneceu com ovos. Pode haver componente de higrorregulação nesse comportamento.
E se é perigosa a remoção dos ovos a resposta é sim. Talvez o pior momento no manejo. Se os ovos rolarem, perdem-se. Se você vacilar, pode se acidentar feio. Mas esta é a unica forma em que ocorreu reprodução em cativeiro do gênero Lachesis no Brasil...
Esta é a visão do desafio... |
que tenho deste ponto de vista.... |
.... e retirar nesse contexto, um, cinco, dez ou mais ovos, e viver para contar, só se faz com calma tempo e pratica, conhecendo o comportamento do animal, e o momento de avançar ou recuar.... |
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Picos Verruguinha e Carapuça, Brasil
Ontem foi o aniversario de 9 anos de Luquinha meu filho, reparei nele fazendo a seguinte conta, com toda a sua pureza: "Você está com cinquenta Papai, deve morrer com uns 80, então temos mais uns 30 anos pela frente". "Com muita sorte" pensei.
Foi da agonia dessa despedida inevitável, e da saudade antecipada, que nasceu esse nosso projeto dos picos, ficarmos juntos enquanto há tempo.
À cada pico Gabriel leva uma garrafinha de água vazia, e faz o que for necessário para voltar do cume com "água original" de nascentes do cume. O souvenir é uma maneira de termos para sempre aquele local conosco, e isso diz tudo para mim. Nesse espirito fizemos mais dois picos no ultimo final de semana, o Verruguinha e o Carapuça.
Sobre o Verruguinha (1.650 mts), 6.800 mts de percurso até a base à partir do Santuário 1.300 mts de trabalho vertical. Sobre o Carapuça (1.955 mts), cerca de 6 km de percurso à partir do Santuário 90% do tempo em trabalho vertical. Observe que falo de ida. Incluindo volta, são 'passeios' de 12 a 14 km (no Canjerana foram 18 km), exaustivos. Desta vez não dormimos nos cumes, foram dois picos em dois dias. Completamos 4 dos 7.
Agora escrevendo sobre este último final de semana (01 e 02/10), lembro-me primeiro de quando o mato alto quebrou forte e houve uma disparada de animal grande em fuga, a uns 10 metros à frente e à minha esquerda. Estava no campo na Bocaina aos pés do Verruguinha, no percurso de volta, com Luca sentado sobre meus ombros, e com visão periférica excepcional. Eramos os últimos da fila, Ana, Gabriel e João Julio já tinham passado por este local. Do seu ponto de vista, bem mais alto que o meu, Luquinha não teve duvida: "Suçuarana Papai, nunca achei que fosse ver uma..." e seguiu gesticulando e descrevendo agitado a coloração ('amarelona Papai, quase laranja...'), o porte, a forma agachada da evasão, afastando de forma convincente a possibilidade de termos presenciado uma corrida de anta. Perto dali João Julio relatara ter ouvido os sons do acasalamento dos grandes felinos. No dia seguinte, bem alto no Carapuça, deparo-me com a melhor pegada de suçuarana que já vi, também descoberta por João Julio (a foto ficou péssima).
E falando de João Júlio, um aparte sobre os Guias e guias: no percurso de ida para o Verruguinha, paramos para abastecer-nos de água e energia nesse ponto abaixo...
Poucos minutos depois dessa foto, vozes, e chegam ao local duas pessoas, desistindo do Inficcionado sem ao menos atingir o primeiro plateau. Um guia (desconhecido) e seu cliente, dentista de Viçosa. O solado do calçado inapropriado soltara-se por completo de ambos os pés do sujeito (cliente). Fizeram perguntas que demonstravam total desconhecimento e despreparo. Entrariam fácil em trilha de anta perdendo-se naquele pico dificil. Por sorte foram protegidos de sí mesmos pela Providencia. Aqueles pés descalços no alto do Inficcionado pediriam resgate certo. Nós, que tínhamos Guia, assistimos a João Julio pegar na mochila silvertape e superbonder para reconstruir-lhe as botas, e recusar uma ofensiva gorjeta em especie ao termino do serviço. Nem com "Irmandade das Montanhas" o inocente era familiar. Tudo muito triste, mas fático.
Seguimos em frente por áreas de mata, campos de samambaiuçu, até as paredes....
A uns 20 minutos do cume (rocha maior acima), Luquinha ficou descansando sob guarda da Ana Paula, enquanto fazíamos a abordagem do cume do Verruguinha, de onde Bibo raçudo sorri, e preenche anotações....
Na sequencia a nascente do Rio Caraça, para que Gabriel completasse mais uma garrafinha de sua coleção de 'água original dos picos'...
Lembrando do incêndio de poucos dias atrás, não tinha noção exata do que iriamos encontrar nesta ida ao Caraça. FORAM DOIS MIL HECTARES QUEIMADOS, e a Vale do Rio Doce, que gasta milhões em marketing institucional conservacionista, e que lavra do lado da reserva de onde veio o fogo, não contribuiu com um único homem para ajudar a combater o incêndio Nem Vale nem SAMARCO. Ajuda zero. Já a Anglo Gold ajudou, e muito. O consolo, se há algum, reside só na capacidade de regeneração da natureza, caso contrario não teríamos Canelas-de-Ema fabulosas como esta do Verruguinha, com mais de 600 anos de vida, e certamente vivencia de outros fogos...
Bom, o post precisa acabar, tenho que comprar o presente de Luquinha com ele mesmo e agora, é promessa, e então finalizo com a joia do dia seguinte, o Carapuça...
Sua proximidade ao Santuário é enganadora, exige muito fisicamente....
O Carapuça vale cada palmo da subida, e quando se pode finalmente descansar, a vista do Santuário em miniatura dá uma noção do quanto fomos exigidos...
Falar de durezas, exigências e dificuldades aqui é algo que me desce mal. Duro é a vida não vivida, é não poder seguir o coração. Teve lagrima sim no Verruguinha, mas e daí ?
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