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domingo, 15 de abril de 2012

Os essenciais 11 - Ana Paula Padrão



Nos idos de 2004, eu não tinha ratos para alimentar o plantel inicial do Núcleo Serra Grande. Comprava ratos de esgoto. Anunciava na radio local que pagaria 1,00 real por cada um deles. Inocência que me complicaria mais tarde, com acusações de 'comercio de fauna'.

Da propriedade de Cleber Izaac Filho, o resort Villas de São José, eu já havia removido vivas diversas Lachesis, perigosamente próximas a turistas e funcionários. Ana tem casa lá e conhecia meu esforço. Cleber levou a ela o difícil problema da alimentação destas cobras em cativeiro. Havia um trabalho pioneiro na área precisando de ajuda.

Uma produtora de hamsters em Itabuna estava desistindo do negócio. Centenas de gaiolas, prateleiras, bebedouros e matrizes. Ana financiou esta compra e o Núcleo Serra Grande não mais precisaria de ratos de esgoto.




















Já tive a chance de agradecer-lhe, mas não em público como faço agora, por viabilizar nossos primeiros passos pela preservação das ultimas surucucus da Mata Atlântica.

Sua saída voluntária da 'não abandonável' Rede Globo, suas matérias em zonas de guerra e no mundo muçulmano - com grande risco pessoal - antes de qualquer ajuda ao NSG já haviam chamado a minha atenção. Certa feita essa rebelde escreveu sobre Robert Frost e a verdadeira rebeldia, confira logo abaixo.


Eu era ainda mais nova do que as adolescentes da novela Rebelde quando li um poema que mudou a minha vida. The Road Not Taken, do Americano Robert Frost. O título é difícil de traduzir para o português. Mas quer dizer mais ou menos O Caminho Não Trilhado.

Alguns anos depois, naquela fase que os adultos chamam de adolescência rebelde, cortei meu cabelo bem curto e pintei de preto. Achei que era o máximo da ousadia. Se todos gostavam do meu cabelo comprido, pois eu o teria curto e despenteado. 

A gente demora pra descobrir que rebeldia não tem nada a ver com o corte de cabelo, piercings, tatuagens ou qualquer outro visual estranho que nos diferencie dos demais. A verdadeira rebeldia está no poema de Robert Frost. 

Escolher o caminho não trilhado. O mais difícil. O mais desafiador.

O poema diz que, diante de dois caminhos, ambos parecem bons para o viajante. Ele decide-se por um deles e descobre, muito mais tarde, que essa escolha fez toda a diferença em sua vida. Porque ele optou pelo oposto da maioria. Quando, nas inúmeras encruzilhadas da vida, escolhemos o novo, estamos sendo rebeldes? Se essa é a tal rebeldia, bem-vinda seja!

Fazer uma trajetória diferente daquela que o senso comum ou a cultura vigente aconselham é a rebeldia saudável, que muda a história por abrir novos caminhos para outros. Todo grande movimento que mudou o mundo começou num ato de rebeldia. Por causa das feministas, por mais que hoje eu discorde delas, as mulheres agora podem escolher que caminho desejam para si. Só para citar um dos muitos exemplos dessas revoluções que movem o planeta.

A rebeldia exige coragem. Mas não só isso. Exige sabedoria. Ponderação. A verdadeira rebeldia não é coisa pra adolescentes, mas se você quer se sentir jovem para sempre, seja um rebelde.



* Ao caro leitor que mandou-me dezenas de fotos 'melhores' dela, daquelas sorridentes, esclareço que prefiro o momento que segue retratado, que me sugere coragem, seriedade, sem falar de uma beleza física impressionante.



3 comentários:

  1. Bonita ,gente boa ,além de inteligente.
    Boa mecenas

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  2. Eu gosto mto como vc conta as estórias.
    Escreva um livro !! Um não , vários...
    Já pensou em seu escritor? Tanto pra escrever e vc conhece os caminhos
    Pense nisso seriamente

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