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sábado, 31 de agosto de 2013

Mea culpa




Em maio de 2013 publiquei a postagem "Matrix, sincronicidade e sorte na vida":
http://lachesisbrasil.blogspot.com.br/2013/05/matrix-sincronicidade-e-sorte-na-vida.html

Naquele texto relato um bote de surucucu no meu rosto, e do qual escapei por pouco com uma técnica pouco ortodoxa. Mas vindo da minha boca, sei que pareceria exagero, ou mentira mesmo. Esperei então que uma testemunha ocular, Bernardo Esteves, publicasse sua visão do ocorrido na revista Piauí numero 83, de agosto de 2013:

"No fim da manhã em que visitamos o serpentário, Rodrigo Souza trouxe duas surucucus e deixou-as soltas no chão, numa área aberta. Eram dois machos. Um deles, de 1,90 metro, estava enrolado, imóvel. O outro tinha 2,20 metros e estava mais irrequieto, explorando o ambiente, com batimento de língua em alta frequência. "Ela está mostrando claramente que está tranquila, mas muito alerta", avaliou Souza.

O médico sentou-se sobre a terra coberta de folhas, com as pernas dobradas para o lado, a pouco mais de 1 metro das cobras. Segurava um pedaço de pau com a ponta dobrada que estava usando para manejá-las. O animal mais agitado aproximou-se da serpente imóvel e fuçou o chão, num ponto em que ela havia colocado a cloaca. As duas surucucus ergueram a cabeça e se encararam, batendo a língua uma na outra. "Está havendo uma interação meio maluca entre elas", disse Souza."Não estou entendendo exatamente o que está acontecendo, vamos acompanhar."

A surucucu mais inquieta havia contornado o animal enrolado e agora rastejava na direção de Souza, que evitou sua aproximação com o pedaço de pau. Ela parecia ter identificado uma fonte térmica à sua frente. A cobra ergueu-se então até a altura do peito do médico e recuou ligeiramente a porção do corpo que estava acima do chão. Não vibrou a cauda sobre a folhagem para anunciar o voo preciso em que se lançou em direção ao rosto de Souza. O médico encontrou tempo de se jogar para trás numa cambalhota cinematográfica, aterrizando a 2 metros do animal.

"Agora acabou !", exclamou Souza, enquanto brandia o gancho na direção da cobra que acabara de atacá-lo, ainda armada com um duplo S. A serenidade de alguns instantes atrás dera lugar a um semblante de tensão e alerta. Souza escapou do bote certeiro por muito pouco, executando um rolamento para trás que ele pratica semanalmente nas aulas de Krav Magá, a defesa pessoal do exército israelense."

Meu filho Luca, de 10 anos, viu assim a situação. O olho arregalado é mais que preciso ...




Meu momento de aposentadoria na lida com Lachesis  pelos métodos do Núcleo Serra Grande - quase zero de manipulação na região cervical, laço nunca, em hipótese alguma - será aquele em que eu não possa mais contar com vigor físico que me permita explosões musculares reflexas, como esta descrita por Bernardo Esteves, acima. Outros botes virão, isso é certo.

A lição maior no episódio foi o ataque atípico, queimando etapas defensivas: imobilidade, batimento de cauda no chão, formação do duplo S, e então o bote. Também não houve a clássica redução nos batimentos de língua, o que indica que o animal está tenso, analisando a química do ar, planejando os próximos movimentos. Não, a cobra se movimentou decidida em direção à fonte térmica, e sem hesitação lançou-se rumo ao meu rosto. Somente depois, na foto abaixo, vi que meu macacão com isolante térmico estava aberto, mais uma razão para a desorientação termo-sensorial da pico-de-jaca. Mea culpa.































13 comentários:

  1. Por Nehebkau ou por Rá!!! Ufá! Esta foi por pouco hein!
    Esta vai pra agenda de anotações: NEM TODAS ATACAM SEMPRE DA MESMA FORMA.

    Abracos.

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  2. Aqui neste ataque teve narração, imagens artísticas e tal e do seu acidente, nada.
    Foi um ataque?
    Cobra estressada?

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  3. desorientação termo sensorial da cobra pelo fato de que meu macacão de trabalho, que tem isolante termico, dessa vez estava aberto no torax, por vacilo meu

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  4. Pena q era pra revista e não para tevê. É o fotógrafo não foi rápido como a surucucu e o Keanu Rivers tupiniquim

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  5. Krav Magá ajudou , mas você ser ligado o tempo todo nos movimentos dos animais também te salvaram , com certeza

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  6. Vendo essa construção da foto em 2013 e como está agora o Serpentário, Biotério e todo o Nucleo Serra Grande, que diferença!
    Como melhorou , padrao TOP de criatório.

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  7. Esse macacão é de couro ?
    Baixa de guarda se assentar no chão ?

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    1. lona de caminhão, com isolante termico, estava sentado e o bicho saiu de tres metros de distancia e veio se aproximando, uma beleza só, mas é sim guarda baixa

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  8. Vendo a foto, as construções no meio da mata devem ser sempre sobre pilotis , para proteger de umidade, animais ...
    Sua roça deve ficar num ponto alto de Serra Grande, vc tem um local mais alto que pode contruir com 2 pisos e do andar mais alto ver desde as copas da Mata Atlântica ao oceano . Tudo tão perto e distante ao mesmo tempo. E ainda afastado de barulhos de gente, cidade ... Isolado no topo do terreno , em paz .sons da mata e só

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    1. para as cobras o alto da serra grande, mais frio, para mim o fundo do vale, com a sapaiada

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  9. Esse macho que desferiu o ataque é ponto fora da curva.
    Assim como o que o picou agora em jan /16 . Poderia ser o mesmo ?

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    1. não, foi animal menor, e que demorou mais para reagir

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