Postagem em destaque

INDICE AO BLOG NSG E À BIBLIOTECA VIRTUAL LACHESISBRASIL BASEADO EM BUSCAS ESPECÍFICAS

OBSERVE POR FAVOR QUE A MAIORIA DOS LINKS SÃO AUTO EXPLICATIVOS, E CONTÉM INDICAÇÃO DE CONTEÚDO ANTES MESMO DE SUA ABERTURA: 1) SOBRE ...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Proposta de padronização



Em gente e em animais, a hemorragia digestiva alta e baixa tem sido prevalente nos acidentes laquéticos no Sul da Bahia.

Considere o envenenamento clássico (no Sul da Bahia):

O paciente já está hipotenso pelas ações do tipo cininogenase e dos peptídeos potenciadores da bradicinina, induzidas pela peçonha laquética.

Há lesão vascular direta pelas hemorraginas, e perda para o terceiro espaço.

Há diarreia e vomito, reduzindo o volume liquido circulante.

Hemorragia digestiva, muitas vezes ultrapassando 1 litro de perda sanguínea por episódio de hematêmese (vômito sanguinolento), pode vir a ser 'a pá de cal' que lançará o paciente no choque hipovolêmico (PAM < 60 mmHg), baixa perfusão, insuficiência renal e toda a série de complicações que a acompanham.




Assim sendo, melhor não dar chance à intercorrências, sendo prudente o uso de omeprazol e ranitidina venosos na prevenção de complicações decorrentes de hemorragia digestiva alta e baixa no acidente laquético no Sul da Bahia, e muito possivelmente em todo o sul do rio Amazonas.

Para adultos com hemorragia volumosa já vigente, eu prescreveria:

1) Omeprazol 40 mg, 02 frascos (80 mg), em 50 ml de SF 0,9%, EV, 12/12 hs.
2) Ranitidina 50 mg, 02 ampolas (100 mg), em 20 ml de ABD, EV, 8/8 hs.

Para adultos com hemorragia moderada, ou como forma de prevenção, eu prescreveria:

1) Omeprazol 40 mg, 01 frasco, diluir em 20 ml de ABD e fazer EV, 12/12 hs.
2) Ranitidina 50 mg, 01 ampola, diluir em 20 ml de ABD e fazer EV, 8/8 hs

A foto acima ilustra um episódio moderado de hematêmese (< 200 ml, em coágulos), que atendi á poucos minutos (15/10, 16 hs).

Quanto à doses pediátricas, não gosto nem de pensar. Vejo morte em 15 minutos, como ocorreu com o pequeno Jacques do Amor Divino, no entorno de Itacaré, BA. Quando entrevistei os familiares, a mãe me disse: "não deu tempo de tomar nem um comprimido Doutor". Foi um acidente laquético com múltiplas picadas, quando a criança saiu de casa à noite para urinar, pisando numa surucucu. Na hipótese deste paciente chegar à unidade hospitalar, a prevenção e tratamento das hemorragias digestivas se daria da seguinte forma:

1) Ranitidina, 2 mg/Kg/dose, EV em ABD, 12/12 hs
2) Omeprazol, 0,7 mg por Kg de peso/dia, EV em ABD.

Manifestações de hemorragia digestiva baixa são mais tardias. Fezes em cor de 'borra de café', escurecidas, tecnicamente chamadas de 'melena', indicam sangue abaixo do estomago, extravasando e sendo digerido. Presenciei melena de cerca de 2 litros, na decima sexta hora de evolução de acidente laquético, com paciente em hipotensão severa.





4 comentários:

  1. Você esta sinistro!!!
    Agora vamos fazer Biologia ou Vet... ai amigo.

    ResponderExcluir
  2. Ô pobrezinho do Jaques do Amor Divino.
    Várias picadas
    Eu trocava de boa de lugar com ele

    ResponderExcluir
  3. Aqui está o Jaques do Amor Divino.
    A surucucu quando pica a mesma pessoa várias vezes, em todas as picadas o veneno pode ser inoculado ?
    Ou só na primeira , as outras picadas podem ser só de defesa , já que a quantidade de veneno é pequena ....
    Ou depende varia , cada caso é um cão ?

    ResponderExcluir
  4. em todas as picadas podem haver inoculações, e com as surucucus, a gravidade do acidente não esta relacionado ao volume injetado: arranhões, inoculação com uma só presa, podem gerar acidentes muito graves, como publicamos aqui: http://www.lachesisbrasil.com.br/download/BulChicagoHerpSoc_Vol42Num7pp105-115%282007%29.pdf

    ResponderExcluir