Já escrevi sobre elas: http://lachesisbrasil.blogspot.com.br/2011/04/o-mito-da-cobra-verde-e-da-coral.html
Gente experiente, com uma vida inteira nas cabrucas do cacau - um ambiente sombreado - costuma usar chapéus de aba larga no trabalho aqui no sul da Bahia. Deraldo, que já levou bote na cara, me disse que é pra proteger da 'ouricana', ou 'surucucu-de-ouricana', ou 'pingo de ouro': 'a bocada bateu aqui na pontinha do boné, doutor, foi por pouco ..."
Sigo com Deraldo: " ... é uma rudilhazinha assim de nada, aquele verde nas fôia, quem vê ? ..." Confira um acidentado, abaixo:
http://www.lachesisbrasil.com.br/download/BulChicagoHerpSoc_Vol42Num10pp161-163%282007%29.pdf
O pai de Roque, técnico do biotério do NSG, tem retração cicatricial brutal no cotovelo com limitação funcional permanente, pela ação proteolítica do veneno da 'ouricana'. Animal mais que respeitável.
Há quem se alegre ao vê-las, Paulo Bernarde um deles, eu outro. O problema normalmente é não vê-las. Em incursões em matas Atlântica e Amazônia, não é prudente olhar só para o chão.
Há alguns dias Paulo avistou três delas. Onde, não conto nem sob tortura. Há pelo menos um mega traficante de répteis que acompanha o blog. É bicho de interesse dessa turma.
Os bichos de Paulo estavam a 3, 6 e 10 metros em relação ao chão. Acabo de receber autorização dele para mostrar as imagens:
A título de comparação, confira abaixo 'o mesmo' animal, em bioma de Mata Atlântica, em registro de Marco Antonio de Freitas. O dimorfismo é claro:
Paulo observou que uma das 'ouricanas' fazia o engôdo caudal, movimentando a cauda de forma a atrair batráquios:
Obrigado por tudo Paulo, em especial por uma vida inteira de dedicação ao estudo e preservação destes habitantes da noite.
No norte de Minas é possível ter dessa cobra ?
ResponderExcluirQue eu saiba não, nem Bothriopsis nem Lachesis
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