No post anterior falo de uma exigência de Dr. Alfredo Palau, Ibama / RAN quando da vistoria de 2005: um gigantesco muro cercando a área das cobras no Núcleo Serra Grande, com o objetivo de 1) servir como barreira para fugas de Lachesis, para 2) evitar tentativas de entrada de predadores no biotério, para 3) evitar fuga de ratos de laboratório para a Mata Atlântica, para 4) proteger as cobras contra fogo vindo do vizinho, e 5) para impedir vandalismo.
Recebi uma mensagem na qual se fala de "arbitrariedade" nesta exigência milionária, e se ela não seria uma maneira indireta de me forçar a desistir. Sinceramente não pensei em questionar Dr. Alfredo Palau, entendi sua preocupação e procurei - com sucesso - mobilizar forças para fazer acontecer.
Mas confesso que pensei na hora: "vandalismo ? esse povo é apavorado com surucucu, quem poderia se meter com elas aqui dentro do NSG ? "
Mas não deu outra. 2006, obras em curso, muro não concluído. Num domingo, cinco homens resolvem fazer uma festinha entre os viveiros. Muita cachaça, maconha e covardia. Achavam que não havia vigilância, que não havia gente olhando naqueles confins de mata.
O olheiro sentiu medo e não interviu. Disse que os sujeitos estavam 'brabos', e assim observou de longe a ação.
Na segunda feira, encontrei um grande macho já agonizando com quatro perfurações pelo corpo, e recebi o relato detalhado da festinha. Ao lado de um viveiro uma vara tipo taco de sinuca - veja-a na ultimas das fotos abaixo - feita para transfixar de longe, através da tela, um animal indefeso.
Com contatos e algum serviço de inteligencia, em 48 hs caçamos e prendemos os cinco.
Fotos não falam, mas as expressões destas pessoas, no momento em que lhes esfrego a cobra morta na cara, mostram como a chapa estava quente.
Um vizinho do NSG, senhor idoso, agricultor pobre, mais tarde diria: 'É doutor, a noticia correu por aqui, pararam até de roubar meus cocos...'
Estes infelizes deveriam ter como pena ficar trabalhando por 500 horas cada um ai pra você... Cambada...
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